Homofobia nunca mais!

Quando eu estava no primeiro grau (hoje chamam de fundamental) havia um menino que tinha trejeitos mais afeminados. Nós o chamávamos de Clodovil e o fazíamos sentir-se mal.

Vivíamos caçoando sem nos importar se o machucávamos. Não sabemos o quanto nosso mau comportamento pode ter deixado marcas naquela criança que hoje pode ser um adulto cheio de lembranças tristes da infância.

Deveria tê-lo respeitado, tratando-lhe como uma pessoa igual. Não me importei com ele e hoje, não sei como poderia pedir desculpas ou me redimir desses atos, mas sei que não há mal em ensinar a respeitar o próximo, aprendizado que me faltou na escola. E não estou me referindo a um kit gay ou ideologia de gênero. É o mínimo de aprendizado humano que devemos ter.

No técnico, chamávamos um rapaz de tigresa sem ter coragem de dizer frente a frente por também não ser o “machão” da sala. Era um rapaz inteligente e bem eloquente. Mas ficava quieto e hoje imagino o quanto pode ter se sentido mal por ter sido tratado como aberração pela maioria.

Na faculdade, houve uma iniciativa de um rapaz de criar um grupo de alunos homossexuais. Foram convencidos a não seguir em frente diante de ameaças. Em uma instituição em que alunos adoram declararem-se “elite intelectual”, falhamos de forma gigante em não sermos minimamente humanos.

Se não éramos o público alvo bastava não nos inscrevermos. Achávamos que isso afetaria a nossa reputação. Com o tempo pude observar que foi exatamente o contrário.

Respeito ao diferente

Passado tanto tempo, hoje creio que devemos parar pra pensar o quanto a escola deve sim ensinar que podemos ser o que quisermos, mas respeitando os que se sentem diferentes.

E dou como exemplo atos reprováveis que cometi e que se pudesse ensinaria aquela criança que eu era a não fazer isso. Gostaria que tivessem conversado com aquele garoto que achava que fazia as coisas certas que estava sim fazendo muita coisa errada.

E queria ter estourado a minha bolha antes porque hoje sei que devo desculpas e vou ter que lidar com o fato de que não sei como vou poder fazer isso.

História de Rogerio Yonemura

Insta: @yonekoshas

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