Sigo a Fabíola Protetora no Facebook. e um post dela me chamou atenção: um cão branco bonito foi resgatado das ruas e estava disponível para um lar temporário ou adoção.
Como no começo da pandemia no ano passado eu havia pensado em adotar um gatinho que apareceu no prédio e eu não o fiz e depois fiquei sabendo que ele morreu esmagado pelo portão automático de pedestres, não titubiei, contatei a Fabíola.
Ela me disse que o cão já havia conseguido um lar temporário. Feliz pelo cão, comecei a olhar as postagens dela buscando outra opção para mim. Perguntei sobre três cães, entre eles, um caolho bem sujo.
A Fabíola e eu combinamos que no sábado nos encontraríamos na zoonose de Itaquaquecetuba para eu conhecer especificamente o cão caolho. Consegui uma caixa de transporte emprestada e na véspera da adoção ela me disse que não era macho e sim fêmea, respondi que pouco importava.
Quando peguei a cadela e a Fabíola e eu a levamos num pet para banho e tosa, comecei a me apaixonar… ela foi boazinha, obediente… comprei o básico para ela (cama, ração, coleira, potes de ração & água) e a levei para uma consulta com minha prima veterinária.
Ela foi tratada como macho por 5 anos na zoonose. A equipe de lá faz milagre: poucos recursos, muitos cães que muitas vezes são abandonados lá por terem doença ou estarem idosos, enfim, os veterinários e os protetores que estão no dia a dia do local, como a Fabíola, são exemplo de resignação, dedicação e amor.
Há pouco tempo descobriram que não era um macho e sim uma fêmea. Castrada havia 15 dias, estava com dois pontos inflamados. Minha prima deu duas injeções e uma pomada para eu passar no corte três vezes ao dia.

Demorei dois dias para definir o nome: LUZ. Neste momento crítico da pandemia, o que mais precisamos é LUZ, AMOR e ESPERANÇA.
A Luz veio me trazer alegria e a responsabilidade de cuidar de um serzinho que ficou atrás de grades por 5 anos mas que não é revoltado ou agressivo. Criamos uma rotina juntas: caminhamos em torno do quarteirão de manhã, na hora do meu almoço e no fim do dia. A Luz me faz levantar da frente do laptop, por estar trabalhando de casa, e é uma companhia ímpar. Vejo gratidão em seu ‘único olho bom’!
Eu brinco com ela: “Luz, em terra de cego, quem tem um olho é rei!”, “você não tem um olho, eu não tenho um pedaço do meu rim (devido a um câncer descoberto há dois anos) e tá tudo bem! Vamos seguir nossas vidas juntas”.
A Luz está com sobrepeso… controlo a quantidade de ração, dou apenas um petisco por dia e não dou comida de humano. Ela está cada vez mais ágil nas três caminhadas diárias. Chega a trotar! Estou usando meu tênis de corrida agora e nós duas nos divertimos muito.
Havia muitos cachorros na zoonese. Eles precisam de sua ajuda e um lar com amor. Cão com mais idade é mais calmo, não destrói a casa. Recomendo esse ato voluntário! Se quiser falar a respeito, trocar uma ideia, me contate ou contate a Fabíola Protetora no Facebook.