O governo dos EUA aprovou em janeiro de 2021 a nova estampa da cédula de 20 dólares, e esta nova estampa é linda, pois retrata a diversidade e a história de resistência da diáspora africana nos Estados Unidos.
Enfim, o dinheiro agora tem um valor, o valor da história estampado com heroísmo de verdade, com uma capa invisível que geralmente pesa muito, e super poderes que deveriam fazer parte da nossa humanidade: coragem, respeito a vida, união e amor ao próximo.
A abolicionista Harriet Tubman foi uma ativista estadunidense. Nascida em meados 1820 (ainda em regime escravocrata), conseguiu escapar e, subsequentemente, fez 19 missões para resgatar cerca de 300 pessoas escravizadas, incluindo familiares e amigos, usando a rede de ativistas contra escravatura e abrigos conhecida como Underground Railroad.

Se essa SUPER mulher não for merecedora do seu rosto estampado em uma cédula, não sei mais quem poderia ser!
Este posicionamento é uma mudança muito importante na história de países que foram forjados e construídos com regime escravocrata. Não é novidade e nem surpresa que esse episódio da humanidade relacionado a escravidão tem efeitos negativos imensuráveis e reverberam em nossa sociedade até hoje. Existe sim, uma reparação histórica a ser feita, e quanto antes for iniciada, melhor para todos.
O governo brasileiro poderia também aderir a essa iniciativa, certamente excelentes sugestões de nomes não faltariam para estampar as nossas cédulas: Dandara de Palmares, Tia Ciata, Maria Firmina dos Reis, Laudelina de Campos, Luiza Mahin, Lelia Gonzalez e Tereza de Benguela.
E falando de autoestima, e toda fragilidade que constitui uma mulher preta, pobre, periférica, nordestina, mãe solo e bolsista do PROUNI (entre tantas outras coisas…) em nossa sociedade, eu recentemente fui homenageada com um reconhecimento que encheu meu coração de alegria. Meus amigos e militantes do movimento de Diversidade, Inclusão e Senso de Pertencimento me agraciaram com o Título TEREZA DE BENGUELA, enaltecendo a minha luta e perseverança com os temas relacionados ao posicionamento e letramento com recorte étnico-racial.

Sei que não é o mesmo que ter o rosto estampado em uma cédula de real ou dólar, mas saber que minha luta foi comparada, em menor escala, a luta da nossa rainha TEREZA, me fez transbordar de sentimento que não se pode comprar: a sensação de dever cumprido.
Mesmo querendo e acreditando muito nesse reconhecimento, ainda é muito difícil falar sobre nós, as nossas lutas, nossas dores, vitórias e conquistas. Eu sei que preciso fazer isso, não por mim, mas por todEs que virão depois de mim.
Sintam orgulho de suas conquistas, e não tenham vergonha de mostrar o seu valor, mesmo que seu rosto não esteja estampado em uma cédula.
“libertei mil escravos. Podia ter libertados outros mil se eles soubessem que eram escravos” – Harriet Tubman
Assistam Filme Trailer Harriet e Filme Animação Harriet Tubman
Leiam A historia de Tete ( Tereza de Benguela )
Reflexão de Jessica Ferreira Silva de Souza
Parabéns!! Excelente texto e muito informativo.
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