Estava muito na moda, ainda reflexo do Carnaval de 2019, uma fantasia feminina composta de uma saia de tule e um maiô.
Eu estava voltando de mais um dia de trabalho e me deparei com alguns jovens que já estavam no embalo do Carnaval. Entre eles, reparei que havia uma menina apenas de maiô, toda despenteada. Olhei para aquela garota e logo pensei “Que coisa! Não importa se está frio e calor essa menina está só de maiô em uma estação de trem! Isso é Carnaval!”
Segui meu caminho e entrei no vagão do trem. Logo em seguida, os jovens também entraram no trem com a garota. Durante o percurso, descobri, envergonhada, a razão da menina estar vestindo apenas o maiô e nada mais: durante o percurso do trio elétrico, ela alegou que alguém a dopou com alguma bebida que lhe foi oferecida e em seguida, ela foi agredida e roubada. Arrancaram-lhe a saia de tule, pegaram seu celular e a tiara que usava. Em meio à confusão, perdeu-se do grupo de amigos que a acompanhavam.
Ela estava sendo ajudada pelos jovens que a acompanhavam no vagão de trem. Solidários, prestaram ajuda, inclusive a cobrindo com uma peça de roupa de uma das meninas ali.
Num primeiro momento, quando a vi na estação somente de maiô, de forma inapropriada para o horário e lugar, fiz um julgamento precipitado sem saber o que, de fato, aconteceu com ela.

Felizmente, ela encontrou um grupo de jovens solidários que deram a assistência que ela precisava.
Quantos de nós, já nos deparamos com uma pessoa que eventualmente não estava bem vestida em um transporte público, com roupa inadequada para aquele momento? Mas, a gente não sabe em que circunstância a pessoa se encontrava, por qual situação passava. Por isso é importante não julgar e sim oferecer ajuda.
Fiquei comovida com a história daquela moça e feliz com a atitude solidária dos jovens e com o cuidado que eles tiveram com ela.
História de Jessica Ferreira Silva de Sousa